Descrição

Quando todas as coisas
se encontram em uma única matéria
e querem dela voz,
é chegada a hora de continuar a juntar.


15 de mar. de 2010

Já ouvistes falar de Itapuã do Oeste?



Em 1989 chegava ao afim a construção Usina Hidroelétrica de Samuel (UHS). Ela repressou o Rio Jamari em sua parte mais extensa. Os pequenos proprietários rurais - que em se tratando de bioma amazônico em nada fizeram juz ao termo "pequeno e proprietário" -, tiveram suas terras alagadas.

De lá pra cá, sucessivamente, plantadores de mandioca, café, pimenta e extrativistas sazonais de açai e castanha - expropriados da cidadania, se viram expropriados também da terra. A UHS desapareceu não só com aquelas terras que Dona Maria Durans, ainda jovens no Paraná, imaginou encontrar em Rondônia, mas também com os sonhos dela e de tantas outras pessoas que atraídas pelo sonho da "terra própria" migraram para o norte e enfrentaram dificuldades inimagináveis.

Os agricultores obrigados a se mudar não foram muito longe, a viagem de volta somada ao fracasso estigmatiza socialmente os indivíduos, e estes geralmente optam por ficar. Adotaram a cidade de Itapuã do Oeste como morada. De uma forma ou de outra, eles ainda extraem da floresta o açai e a castanha. Mas em épocas de concessão florestal acrescida da não organização social destes excluídos correm o risco de não poderem extrair mais nada da floresta.

Os que não perderam suas terras perderam a liberdade de ir e vir para à cidade. O Jamari separou proficuamente zona rual de urbana, e a medida de amenização encontrada pela Usina foi a de oferecer transporte hidroviário - a famosa balsa de travessia. A imagem acima também mostra uma ponte ao fundo, que é da época de inauguração da Usina, final da década de 80, mas se encontra inconcluída até hoje.

Se já não fosse suficiente os danos acarretados pela UHS, outros impactos negativos assolam a sociedade de Itapuã do Oeste, consequência da Usina. Com o repressamento do rio, a água chegou mais perto da cidade e no período das chuvas o rio fica mais cheio ainda, causando infestações de malária. Logo após o alagamento os casos de malária em Itapuã aumentaram 1.000%. O poder público local tomou suas medidas de "caça ao mosquito" e prevenção de contaminação, o que até funcionou aparentemente. Os agrotóxicos geralmente funcionam mesmo.

O repressamento trouxe o lençol freático mais perto da superfície. Segundo relatos, "não precisa cavar mais de dois metros para encontrar água". Em outros locais encontra-se água à menos de um metro de profundidade. A consequência disso diz respeito, principalmente, aos cemitérios municipais. A população não consegue enterrar seus mortos sem o constrangimento e o risco de tê-los emergindo no período das águas.

Sem dúvida a UHS gera energia, necessária óbviamente para abastecer o setor industrial de Porto Velho, mas e em Itapuã do Oeste? A cidade tem energia suficiente para as casas e para as pequenas serrarias? Os cidadãos tem a possibilidade de deixar a TV e a Geladeira ligadas simultaneamente? Não. Ela fica no escuro.

A energia gerada ali pelo rio de águas escuras (segundo a definição na língua indigenas) mantém aquela população na escuridão da falta de energia, de cidadania, de política pública e de interesse político e social.

Samuel foi só mais uma hidroelétrica que destruiu sonhos, vidas de trabalho, florestas e peixes em nome de um desenvolvimento excludente. Ficam ainda muitas questões acerca dos impactos gerados pela "energia limpa". Belo Monte vem aí, como uma avalanche de destruição. Confiram o documentario do link abaixo e tirem suas próprias conclusões: http://www.youtube. com/watch? v=ZmOozYXozb8

Ler a introdução

Já não sabia mais por onde continuar (ou começar) a ler a literatura clássica da Sociologia, e daí que me ocorreu a ideia de ler a Introdução à Sociologia. O primeiro momento foi constrangedor. Ao me deparar com a leitura que não fiz nem na graduação - porque meus professores indicaram como material para ensino médio - me senti colegial. Mas o que há de errado em não aguentar mais as hards words dos clássicos? Confesso que reler dessa forma foi muito mais agradável e divertido! E, se for mesmo para continuar relendo, como tenho me proposto, que seja, então, bem divertido, e quiça regado a um bom Shiraz.

12 de mar. de 2010

Próximo edital de licitação de Florestas Nacionais

expectativas em relação ao lançamento do pré edital da próxima concessão de floresta pública. pelo que se houve dizer as próximas duas florestas nacionais a entrar para licitação são Crepori e Amana, ambas no estado do Pará. talvez a apreensão está no fato de se esperar que este edital esteja condizente com a realidade local dos demandantes de madeira - os madeireiros, já que no último - floresta nacional de Saracá-Taquera/PA - ficou a dúvida, na espera de interessados...

10 de mar. de 2010

O cinza do verde amazônico

em rondônia - jubim significa "mundo" em uma língua indígena





folha de coccoloba - espécie endêmica da amazônia


balsa de travessia do alagamento do rio jamari


caminhão "toreiro" - para transporte de madeira

Pra começar harmoniosamente


Amigos Simpatizantes Leitores Críticos

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